Recentemente, o Lucas Carvalho publicou uma coluna no LinkedIn Notícias: “Saúde mental fará parte de relatórios de risco de empresas”. Uma mudança significativa nos protocolos de segurança do trabalho aqui no Brasil. Sim, aqueles relatórios chatos e, por vezes negligenciados, mas fundamentais, que as empresas devem – ou deveriam – preencher, agora vão incluir um item que há tempos venho batendo na tecla que é fundamental: a saúde mental.
Uma iniciativa do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) é incluir parâmetros psicossociais nos relatórios de gerenciamento de riscos. Parece papo burocrático, mas acredite, é uma “revolução silenciosa” que pode mudar para melhor o ambiente de trabalho. E não é apenas sobre evitar um ambiente tóxico; é sobre reconhecer que a saúde mental dos funcionários é tão crítica quanto qualquer medida de segurança física.
Por que isso é tão revolucionário?
Bom, durante anos, a saúde mental foi o elefante na sala que ninguém queria realmente abordar. Claro, algumas empresas progressistas tinham programas de bem-estar, mas agora estamos falando de uma mudança sistêmica. Vai ser lei. As empresas precisarão olhar para a sobrecarga, o assédio moral e sexual, e todo tipo de comportamento abusivo que, infelizmente, ainda são comuns em muitos lugares de trabalho.
Rogério Araújo, do MTE, disse que isso é para evitar “o adoecimento mental do trabalhador”. Claro, a pandemia de covid-19 jogou uma luz sobre o quanto nossos ambientes de trabalho podem afetar nossa saúde mental. Mas vamos ser honestos: isso já era um problema muito antes de qualquer um de nós saber o que era um coronavírus.
Agora, as empresas terão que realmente fazer algo a respeito. Não é apenas uma questão de fazer com que o ambiente de trabalho seja suportável; é fazer com que ele seja sustentável. E os efeitos dessa mudança vão além do individual. Eles tocam em todo o ecossistema de trabalho.
E a fiscalização? Araújo mencionou que haverá operações de campo para garantir que as empresas estejam cumprindo o que prometem. Isso é música para os meus ouvidos. Porque, vamos enfrentar, sem uma fiscalização adequada, algumas empresas iriam fazer o mínimo possível.
Além disso, foi reintroduzida a Comissão Nacional Permanente do Benzeno, uma decisão que mostra que o governo está realmente levando a sério os riscos químicos, que são tão perigosos quanto qualquer problema psicológico. É uma abordagem holística que, sinceramente, era mais do que necessária.
Portanto, se você me perguntar, estou otimista com essas mudanças, mas ainda cético. Principalmente, porque no que se refere a saúde mental, temos elementos básicos que ainda não são levandos em conta, mas que, a partir desse novo indicado, podemos criar estratégias eficientes de suporte. Também me preocupa outro fator polêmico, mas real: como esse indicador pode ser utilizado para penalizar. Sim! O diagnóstico ou a autoidentificação neurodivergente, em muitos casos, é critério eliminatório tanto nas seleções, quanto em processos internos.
Enfim, estamos de olho. Abração do Tio
*POV: Abreviação para Point of View, “Ponto de Vista”.
Artigo completo da Agência Brasil
https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-07/saude-mental-fara-parte-de-relatorios-de-gestao-de-risco-de-empresas