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Hoje, queria abordar um assunto delicado que vem ganhando destaque recentemente: as demissões em massa, em alguns casos, um típico “passaralho”. O cenário atual mostra uma mudança na mentalidade dos investidores, que estão mais céticos e avessos a grandes riscos. Isso tem impactado o ecossistema de startups e as grandes empresas de tecnologia, que estão revendo suas estratégias.

A imagem da “farra da piscina de bolinhas, leds coloridos e puffs” em ambientes descolados, como os hubs de inovação, parece ter ficado para trás. O mercado está mais maduro, e os investidores estão buscando resultados concretos e sustentabilidade financeira, em vez de focarem apenas em aspectos estéticos e superficiais que sustentaram uma imagem de ambientes flexíveis e descolados que possibilitavam soluções inovadoras, mas na maioria, resumiam um ambiente vazio com pessoas que passavam mais tempo “curtindo” os ambientes, divertindo enquanto exploram com, em alguns casos, 12 horas de trabalho, mas esse é o tema para outro artigo.

Esse cenário econômico também afeta diretamente as startups. No passado, as startups brasileiras se beneficiaram de um momento de maior liquidez e investimentos, atingindo recordes de captação em 2019. No entanto, a escassez de dinheiro e a pandemia exigiram mudanças radicais nas relações de trabalho e na sustentabilidade financeira das startups e bigtechs, a reavaliarem suas estratégias e realizarem cortes de funcionários.

Aqui cabe um esclarecimento, o termo que citei — “passaralho”- se refere as demissões em massa, grandes empresas de tecnologia que têm adotado uma postura desleal, realizando-as de forma repentina e sem oferecer tempo para que as pessoas se preparem.

Por outro lado, os layoffs são uma medida mais planejada, adotada pelas empresas em situações em que enfrentam dificuldades financeiras temporárias. Durante o layoff, os funcionários são afastados do trabalho temporariamente, mas continuam vinculados à empresa e podem receber uma compensação financeira parcial, além de manter benefícios como plano de saúde.

Também é importante lembrar que cenário brasileiro, quanto em outros países, tem vivido a possibilidade de recessão e as condições de vendas e expansão das equipes são fatores que influenciarão o cenário das startups em 2023.

Diante desse contexto, é essencial que as empresas adotem uma abordagem responsável, valorizando a transparência, a comunicação efetiva e o apoio aos funcionários afetados em qualquer reestruturação ou demissão em massa.

Sem romantização, precisamos ser claros que empresas tem como objetivo o lucro e a expansão no ambiente de startups, em geral, é ancorado não na liquidez do crescimento em relação ao faturamento, mas a concessão de Equity por investimento. O que “sustenta” a operação durante seu fluxo de crescimento. Essa dependência sistêmica e mal planejada, geram impactos não só no crescimento da empresa, mas nas pessoas envolvidas.

É necessária uma reavaliação das relações de trabalho e, principalmente, do planejamento e execução das reduções de custo que envolvam demissões para que assim, os impactos sejam menores e as oportunidades possam ser geradas e aproveitadas.

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